Portugal volta ao bom caminho

Portugal regressou ontem ao bom caminho das vitórias na estreia de Paulo Bento como seleccionador, graças a um minuto de inspiração e oportunidade de Nani, autor de dois golos numa fase crucial, que acentuaram a superioridade óbvia sobre a Dinamarca, apesar da exibição apenas sofrível, mas inspiradora também pelo reencontro com o melhor Cristiano Ronaldo, autor do terceiro tento.

Estava o jogo posto em inquietante sossego, uma tranquilidade excessiva, quando dois erros dinamarqueses tornaram muito simples o que já se afigurava um enorme bico de obra. Primeiro, foi Ronaldo a roubar a bola na intermediária e a servir Nani na zona frontal. Logo de seguida, o próprio Nani interceptou um mau passe de Poulsen, avançou e finalizou de pé esquerdo à entrada da área.
Em pouco mais de um minuto, a selecção devolvia a esperança, correspondendo à confiança com que os portugueses em geral receberam a boa notícia da substituição de Carlos Queiroz. Porque as comparações são inevitáveis, sem jogar muito bem, a equipa mostrou-se incomparavelmente mais sólida e fluida, concentrada e objectiva, alegre e segura.
Algumas alterações introduzidas por Paulo Bento, simples e óbvias, estarão na origem desta melhoria acentuada: dois bons laterais, a melhor dupla de centrais com Pepe em ‘su sitio', um meio-campo dinâmico e de grande rotatividade ofensiva, com a recuperação de dois proscritos do Mundial (Moutinho e Martins), e o melhor ataque possível, com Nani e Ronaldo, que há dois anos não alinhavam juntos numa partida oficial.
Na segunda parte, destacou-se Cristiano Ronaldo pelo seu afã (9 remates à baliza, um deles acertou na trave), até conseguir o terceiro golo, a passe de Nani, pondo fim a um pequeno período de tremedeira, em que Ricardo Carvalho introduziu a bola na baliza de Eduardo, num pontapé de canto.