Luís Amado apela a cooperação entre partidos para “arrumar a casa”

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, apelou hoje à cooperação e diálogo entre as principais forças políticas em Portugal, defendendo que este “é o momento de o país cooperar” para “arrumar a casa” e ultrapassar uma situação “difícil”.



“Creio que o que os portugueses hoje esperam dos partidos políticos e dos principais responsáveis políticos é que se entendam sobre os efetivos problemas do país e que deixem para mais tarde divergências ideológicas que, do nosso ponto de vista, são desajustadas neste momento”, disse, em Bruxelas, à margem de uma reunião de chefes de diplomacia da União Europeia.

Questionado sobre as pressões dos mercados, e os elevados juros pagos recentemente pelo Estado para emissão da dívida, Luís Amado comentou que a situação “é preocupante”, mas disse acreditar que os principais actores políticos no país “têm noção da complexidade da situação que o país vive” e da “responsabilidade” que têm que “assumir em conjunto, para que o pais não seja mais prejudicado pela dinâmica dos mercados”.

O ministro defendeu que “claro” que Portugal é um país viável, apontando que “não tem problemas diferentes de outros países”.

“Acredito que se houver cooperação política, diálogo institucional e responsabilidade por parte dos principais actores políticos, nós vamos arrumar a casa e vamos eventualmente até criar condições para que, nas mudanças que estão a ocorrer no sistema internacional, nós possamos reforçar a nossa posição”, declarou.

Sustentando que a única forma de “ultrapassar alguns problemas estruturais que o país hoje conhece” é haver “mais cooperação politica, mais diálogo institucional e menos confrontação ideológica do que aquela que infelizmente” se tem vindo a assistir, Amado disse que é altura de juntar forças.

“É o momento de o país cooperar, é o momento de todos os responsáveis dialogarem, se concentrarem nos problemas do país, porque a situação é uma situação difícil, é uma situação excepcional com que a Europa se confronta, e exige por isso, mais do que confronto ideológico, cooperação politica institucional”.

Comentando as discussões em torno do próximo orçamento de Estado, o ministro disse acreditar que, “passo a passo está-se a consolidar uma via de convergência, de cooperação e de diálogo que é aquela que favorece os interesses do país”.


Publico